quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um novo caminho para Unir e um novo caminho para a Amazônia

A Amazônia paga o maior preço pela entronização de um modelo de desenvolvimento centrado na extração e no processamento básico de recursos naturais, alimentando extensiva e intensivamente sua fornalha. O desmonte do licenciamento ambiental e do código florestal, além de medidas de regularização da grilagem e o subsequente sucateamento dos órgãos de controle e fiscalização têm por objeto a abertura ilimitada da fronteira de acumulação na Amazônia. Que significado tem uma política de portas abertas para o agronegócio, para a mineração e o setor energético em toda a região amazônica, sem o amadurecimento de salvaguardas e condicionantes sociais e ambientais?

Não se trata, portanto, de um processo de modernização em geral, é sim um particular processo de expropriação e de apropriação em larga escala conduzido de forma centralizada para servir a um modelo de destruição e decomposição da biodiversidade e sociodiversidade amazônicas. As chamadas “limpezas de área”, antes promovidas pelo coronelismo, se tornaram política de Estado na Amazônia.

A descaracterização da Amazônia e sua conversão em acervo, estoque de matérias primas e de energia, tem no Estado de Rondônia um pólo avançado de consolidação. Ponta-de-lança que foi dos famigerados programas de colonização e de incentivos fiscais nos anos 70 e 80, o Estado de Rondônia tornou-se palco para o relançamento dos grandes projetos de infra-estrutura na região. As usinas hidrelétricas instaladas no rio Madeira a partir de um licenciamento rebaixado, desconsiderando pendências técnicas estruturais e os interesses da população local, foram uma demonstração do método brutal de capitalização e apropriação territorial que seria depois aplicado em toda a Amazônia.

A Universidade Federal de Rondônia deveria ter um papel destacado no processo de revisão e avaliação desses processos desterritorializantes. E mais que isso, deveria reunir competência e quadros para assinalar outros cenários de dinamismo econômico e de diálogo social, resgatando e revitalizando fórmulas e experiências derivadas da singular trajetória da população do Estado. Nossa Universidade para tanto deveria ter suas prioridades de pesquisa elencadas a partir de um diálogo continuado entre a comunidade universitária e as organizações representativas da sociedade.

Ao contrário disso, o que se viu, em especial na suas últimas gestões, foi a fragmentação contínua dos escassos centros de pesquisa existentes e depois sua funcionalização nos marcos das agendas de instituições financiadoras, notadamente as mesmas grandes empresas impulsionadoras da devastação ambiental e da desestruturação dos modos de vida das comunidades tradicionais.

Afora isso, a captação de recursos e a execução orçamentária seguiu uma lógica canibalística com vistas a atender interesses particularistas, ao invés de estar a serviço de uma política articulada de ensino, pesquisa e extensão coerente com a necessidade de contrabalançar a dinâmica caótica de incorporação econômica do Estado e da região aos grandes negócios. A UNIR, nesses últimos anos, antes reproduziu as piores práticas inscritas na formação histórica do Estado, reproduzindo e multiplicando espaços de clientelismo, corrupção e privatismo. Autonomia universitária desperdiçada e leiloada. Esperamos que a partir das eleições no dia 01 de março possamos vislumbrar um novo rumo.



Prof. Luis Fernando Novoa Garzon
Departamento de Ciências Sociais da UNIR
Doutorando  IPPUR-UFRJ

domingo, 26 de fevereiro de 2012

“Sobre História” e estórias.

Por: Marcelo Sabino
Professor de História Contemporânea - UNIR
O título acima foi tomado, em parte, de empréstimo de uma das mais significativas obras do historiador Eric Hobsbawm (1998, p. 47). Neste livro, o autor assim se refere sobre a tarefa do historiador e sobre a História:
“Admito que, na prática, a maior parte do que a história pode nos dizer sobre as sociedades contemporâneas baseia-se em uma combinação entre experiência histórica e perspectiva histórica. É tarefa dos historiadores saber consideravelmente mais sobre o passado do que as outras pessoas, e não podem ser bons historiadores a menos que tenham aprendido, com ou sem teoria, a reconhecer semelhanças e diferenças”.
Embora seja eu apenas um professor de História e aprendiz de historiador, com graduação em História e mestrado nesta mesma área do conhecimento humano, penso saber minimamente reconhecer semelhanças e diferenças além de saber sobre o passado - de forma acanhada, mas um pouco mais do que aqueles que possuem formação em outras áreas do conhecimento. Ainda é dessa pequena condição de aprendiz de Historiador que discordo com o argumento de Hobsbawm de que o historiador deva, “com ou sem teoria”, saber reconhecer semelhanças e diferenças. Deve ter ele (o historiador ou aprendiz) o conhecimento mínimo da teoria sim, pois só assim estará apto a fazer uma crítica qualificada sobre a História.
Assim não posso furtar-me de opinar e fazer críticas, perguntas e recomendações teóricas para os administradores e colaboradores de um site intitulado documentariounir.com.br que há algum tempo vem tentando fazer a “verdadeira história da UNIR”; mais especificamente sobre o uso indefinido e inapropriado que os administradores e colaboradores deste site estão a fazer desta importante e muito cara área do conhecimento intitulada História. 
Pergunto: Quem é o historiador responsável por este site? Se é que existe algum. Se existe, fico decepcionado e coloco seu conhecimento sobre o fazer histórico em cheque e me ponho à disposição para discutir a historiografia da História com ele.
Há muito tempo, desde o século XIX, para ser mais preciso, não se escreve História com base somente em documentos oficiais, com uma linha do tempo, com herois e de forma tão tendenciosa quanto o que vi e li neste pretensioso e duvidoso site chamado documentariounir.com.br. 
Leopoldo Von Hanke, historiador do século XIX, foi um dos historiadores responsáveis por uma forma de fazer História, chamada posteriormente de positivista. Apostou e investiu numa escrita da História comprometida com herois, datas e o fortalecimento e consolidação do Estado-nação. É deste período o fortalecimento e o surgimento, propriamente dito da História como uma disciplina. Percebo a semelhança dessa forma (já ultrapassada) de escrever a História, nas linhas “tortas” deste sítio eletrônico.
Constam ali anos aleatórios, parte de documentos oficiais, parte de uma História da Universidade Federal de Rondônia. Uma escrita tendenciosa, comprometida com qualquer outra coisa, menos a boa e sadia tarefa do historiador que é mostrar possibilidades, relações e críticas sobre o passado, suas semelhanças e diferenças com o presente e a necessária crítica qualificada, como nos lembra Hobsbawm (1998).
A forma como está disposta a “verdade” sobre o passado e a “história da UNIR" neste site é muito semelhante ao modo comprometido da História Positivista. A História hankiana estava comprometida com a formação de um Estado Nacional, uma história tendenciosa que considerava apenas os documentos oficiais (aqueles produzidos por um aparato burocrático) como fonte máxima e única portadora da “verdade”. Assim eu pergunto: com quem está comprometido este site? Quais os interesses que ele esconde? Por que somente agora, às vésperas de um processo de escolha de novo Reitor ele se mostra?
Por muito tempo, países utilizaram-se desse expediente para propagar a sua “verdade”, para a consolidação e, em alguns casos, a construção de uma História Nacional que interessava a um determinado grupo, seja para garantir a hegemonia de uma determinada classe ou segmento social, seja para difundir suas nada amistosas “verdades”. Percebo semelhanças dessa forma ultrapassada de escrever História com a forma apresentada por este infeliz site.
Poucos - e eu arriscaria que nenhum - historiadores profissionais capacitados, que frequentaram curso de graduação, mestrado e doutorado nesta importante área do conhecimento humano se arvoram em defender uma História hankiana e positivista portadora da “verdade” sobre o passado (e o presente), pautada numa linha reta do tempo, com datas definidas de forma aleatória, com herois salvadores da pátria, com inimigos do Estado. E mais: com fontes que curiosamente foram produzidas por um braço da burocracia deste mesmo Estado.
Escrever, pesquisar e fazer história assim é no mínimo temerário e pouco, muito pouco responsável. É escrever estórias. Não estou aqui a colocar todo o conhecimento produzido no século XIX no lixo. Saibamos, e para isso serve a História feita com responsabilidade e com método, que  este método serviu a um propósito e que era o conhecimento feito no século citado e que, portanto, merece nosso respeito. Não se pode dizer o mesmo da forma como se apresenta este site-documentário.
Estou a escrever tudo isso porque sou historiador, com leituras, pesquisas e conhecimentos mínimos sobre a História - mas capazes de reconhecer uma História escrita nos moldes do século XIX. É contra essa prática que segue minha crítica e desabafo.
 Estamos no século XXI e há muito esta Ciência Humana, a História, recebeu novas versões, sofreu contribuições, tenta recuperar-se da mácula de sua origem vinculada ao Estado-nação autoritário e tendencioso. Muitos foram os estudiosos que dedicaram vidas e esforços para tornar a História uma área do conhecimento mais humana, mais responsável, livre de amarras e interesses outros que não o compromisso com o saber e o livre exercício da razão e da crítica qualificada sobre a sociedade contemporânea. Não o passado pelo passado, sem métodos, sem compromissos com a sociedade, com a crítica, com a razão. Neste sentido, escreve LE GOFF (2003, p. 25):
O passado é uma construção e uma reinterpretação constante e tem um futuro que é parte integrante e significativa da história. Isto é verdadeiro em dois sentidos. Primeiro, porque o progresso dos métodos e das técnicas permite pensar que uma parte importante dos documentos do passado esteja ainda por se descobrir.
Há que se reconhecer as diferenças. Há que se reconhecer os novos métodos e técnicas do fazer histórico, para isso estamos a estudar e a pesquisar sobre a História. Por favor respeite-nos, por favor não se aventure a fazer aquilo que outros profissionais estão há anos estudando e para o que estão aptos. Acaso você aceitaria ser operado por algum outro profissional que não um médico habilitado para tal cirurgia? Por favor, não estou a dizer que não deva estudar sobre o passado, mas se pretende dar visibilidade a esse estudo, que o faça com responsabilidade, que consulte um historiador, que se atualize, que leia, que pesquise, que saiba que existem métodos e técnicas atualizadas para o “fazer Histórico”.
Temos, hoje, por exemplo, o advento da Nova História que, além dos documentos oficiais trabalha com a oralidade, com testemunhos, com documentos produzidos por pessoas comuns, cartas, agendas, objetos, obras, construções. Tudo de modo a permitir “ouvir” todas as partes envolvidas nos fatos e objetos estudados. Não apenas partes, frações descontextualizadas, inacabadas, arrazoadas e colocadas como única verdade.  
Desculpem-me, mas arvorar-se no direito de fazer uma pretensa “verdadeira” história da Universidade Federal de Rondônia por meio de um site cuja fonte máxima parecem ser tão somente partes de documentos oficiais é no mínimo constrangedor, para não dizer desrespeitoso com todos aqueles que estudam e pesquisam sobre História. E ao dar visibilidade colocando-o num site de acesso público, seus administradores devem aceitar críticas e sugestões, que é o que estou a fazer.
Assim eu peço, por favor, mais respeito com tão cara e importante área do conhecimento como o é a História. E não estou aqui a impedir que se critique ou a negar a participação de todos no “fazer histórico”. Ocorre que estamos numa Academia em que o mínimo que se exige é respeito com a área de conhecimento alheio.
Por favor, ao utilizarem da História, o façam com responsabilidade e tenham a decência e o caráter de ao menos consultar os profissionais desta área de que dispõe a própria UNIR. Tenham o mínimo de espírito acadêmico para mostrar e indicar onde estão as fontes, quais os métodos utilizados.
Fico triste e de fato muito, mais muito aborrecido quando qualquer um se arvora na intenção de fazer uma “verdadeira História”, seja da UNIR, seja do que for. Especialmente quando este alguém sequer frequentou uma disciplina acadêmica que o habilite minimamente para tal, ou ao menos o atualize sobre o fazer História, pois se assim fosse, não seriam cometidos tantos equívocos teóricos e metodológicos como os que são percebidos no malfadado documentáriounir.com.br.
Desculpem-me o tom deste desabafo, mas não consegui calar-me diante da pretensão tosca de fazer da História, tudo aquilo que há séculos muitos estudiosos desta área tentaram desconstruir.
Há muito sabemos que “verdades” são construídas. Há muito sabemos (estudiosos da História) que foram trocados os artigos definidos o e a pelos indefinidos um e uma pois que o que se oferece, o que o historiador comprometido com o método, comprometido com a Academia, com o saber e a Ciência História sabe que se oferece, é que não é possível chegar na “verdade”. A História, tal como ela aconteceu de fato, é inatingível, não há resgates em História: há conjecturas, há interpretações. Há leituras possíveis, há possibilidades, há caminhos. São apenas possíveis interpretações com base em métodos e teorias. Assim pergunto: Acaso leram os documentos oficiais e os processos citados no site até o fim? Acaso fizeram as necessárias consultas a outras fontes como bibliografias, testemunhos (quando possível)? Qual o método histórico utilizado neste site?
 Ao que parece, é o método positivista, de Hanke. Informo-lhes que este método há muito foi abandonado (ao final segue uma pequena bibliografia para, se acaso quiserem, ler para fazer de forma mínima uma História da UNIR menos positivista e menos tendenciosa), mais atual e próxima do que os historiadores vêm fazendo, pesquisando e estudando.
Por favor, respeito. Por favor, não façam troça com a História. Por favor, refiram-se a ela com no mínimo um pouco de dignidade e humildade. Por favor, não ofendam os olhos e a inteligência daqueles que estudam e levam a História a sério. Por favor, não brinquem com tão importante área do conhecimento como acredito e defendo ser a História. Por favor respeitem a História e não façam dela apenas estória.

BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTAS:
BRAUDEL, Fernand. (2009). Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva.
BURKE, Peter. (2002). História e teoria social. São Paulo: Editora da UNESP.
___________. (1992). A Escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP.
CARDOSO, Ciro F. (2002). Os Métodos da história. Rio de Janeiro: Graal.
HOBSBAWM, Eric. (1998). Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras.
LE GOFF, Jacques. (2003). História e Memória. Campinas/SP: Editora da UNICAMP.
LE GOFF, J. CHARTIER,R. e REVEL, J. (Orgs.).(2005).  A História nova. São Paulo: Martins Fontes.
MALERBA, Jurandir (Org.).(2010). Lições de história: o caminho da ciência ao longo do século XIX. Rio de Janeiro: FGV e EdiPUCRS.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SOBRE RAPOSAS E OVELHAS

"Não critique, não participe, não fale, não grite. O momento agora é outro. Siga em frente, continue seu trabalho, volte à sua vida. Se estudante: estude, se técnico: trabalhe, se professor: dê aulas. Eu sei como a Universidade funciona, deixe-a comigo, eu tenho a solução para os seus problemas. Eu sou o caminho, a verdade e a justiça."
  
Desconfie deste discurso. Desconfie sempre. Lembre-se de que a Universidade somos nós. Lembre-se que foi esta postura de acomodação que permitiu que a única Universidade pública deste Estado chegasse ao ponto em que está.

Diga NÃO a esta postura, critique, pergunte, questione, aja com a razão. Sempre é momento para exercer o livre e necessário ato de participação política. Isto é Democracia. Ser democrático não é só votar nessa ou naquela candidata e esquecer, continuar sua vida, seguir em frente. Ser democrático é participar e respeitar as decisões propostas e discutidas por aqueles que formam a Universidade. Ser democrático é cumprir com a função para a qual foi eleito em respeito aos que votaram em seu nome. A não ser que os próprios eleitores não se sintam mais representados ou não o reconheçam como capaz de continuar.    

Se é verdade o que escreveu Thomas Hobbes (1588-1679), se é verdade que o homem é o lobo do homem, não devemos agir como ovelhas. Não aceite ser tratado como ovelha e saiba reconhecer uma raposa em pele de cordeiro. É fácil, preste atenção em suas atitudes. 

Geralmente as raposas são aqueles que se unem e agem coletivamente quando lhes convém, quando o inimigo é grande e forte demais. Mas uma vez derrubada a presa, não lhes interessam mais as decisões e ações participadas e discutidas coletivamente. Voltam para seu grupinho. Lutam para garantir a melhor parte da caça para si. São aqueles que dizem o tempo todo "Não critique, não participe, não fale, não grite: o momento agora é outro.  Siga em frente! Aja como ovelha."

Não somos feras, não devemos agir feito ovelhas nem ser comparados a elas. Somos humanos, seres políticos por natureza, tal como acreditava Aristóteles. Logo critique, participe, fale. Sempre é momento para o exercício político democrático.

Marcelo Sabino
Professor de História – UNIR.  

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Entendendo as categorias: técnicos

Na universidade convivem três categorias, ou segmentos: discentes, docentes e técnicos. Na Unir, todos os funcionários que não sejam docentes são chamados de técnicos, mesmo quando desempenham funções longe de burocráticas.

Segundo a lista de técnicos, a Universidade Federal de Rondônia conta com 290 servidores. Dentre eles, figuram porteiros, marceneiros, pedreiros, jardineiros, bibliotecários, motoristas, revisor de texto, telefonistas, eletricistas, almoxarifes, administradores, serventes de limpeza, operadores de máquina copiadora, secretárias, médicos, psicólogos, contadores, assistentes e auxiliares em diversas funções - e técnicos.

De fato, se na lista dos 290 técnicos há tantas pessoas que não exercem funções burocráticas, faz-se urgente a contratação de técnicos-administrativos qualificados para fazer fluir a vida burocrática da UNIR- que no momento é um problema.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Alteração no calendário

Em virtude do recesso de carnaval, ficou decidido que a reunião do dia 17 (sexta-feira) foi antecipada para o dia 15 (quarta-feira). Horário e local permanecem.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Discutir a universidade

Para que haja discussão, é preciso saber ouvir e também é preciso saber falar. Assim, discutir a universidade não significa nem ouvir discursos, nem despejar reclamações, tampouco ouvir um discurso para depois não reagir a ele e falar de outros assuntos. Discutir a universidade significa construir um diálogo.

A cooperação entre as partes se faz necessária para que o diálogo seja produtivo. E a conversa sobre a universidade não pode se limitar a uma categoria, um campus, dinheiros, equipamentos, vagas. A conversa sobre a universidade precisa passar pela política de graduação e pós-graduação (quais cursos oferecer, perfil dos cursos), pelas políticas de permanência do estudante na universidade (através de auxílios, infraestrutura ou ocupação), pela integração de suas partes (é preciso que haja possibilidade de trânsito entre cursos e campi), pela regulamentação da universidade. Nesse sentido, discutir a universidade não se limita a discutir coisas, mas posturas políticas e possibilidades de ação.  

Durante a campanha dos candidatos a reitor(a) da UNIR,  a discussão sobre a universidade - iniciada no Fórum depois de um longo tempo de hibernação - volta a ganhar corpo.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De democratas e fascistas

                               
Por professor Edilson Lôbo 

O professor Erasmo chamou minha atenção para uma matéria veiculada no site rondoniadinamica.com, cujo título estampado é: FÓRUM FASCISTA QUER IMPOR “CANDIDATURA ÚNICA” NA ELEIÇÃO PARA REITOR DA UNIR.

Vamos fazer um pouco de exercício, numa linha bem didático-pedagógica, no sentido de esclarecer alguns pontos que jugamos importantes para melhor informarmos nossa comunidade, tanto acadêmica quanto a sociedade rondoniense.

Fascista é uma pessoa adepta do fascismo, regime autoritário de extrema direita que teve em Benedito Mussolini o seu principal inspirador a partir dos anos 1919 do século passado na Itália. Essa tentativa de imputar ao Fórum uma postura fascista é um despautério. Primeiro porque comete um erro de gênese na sua formulação. Em segundo lugar, se olharmos o perfil dos componentes do Fórum, é fácil perceber que não temos nenhuma vocação para uma postura de extrema direita. Por fim, o Fórum não está impondo nem vai impor nenhuma candidatura à eleição para reitor. O Fórum está trabalhando numa candidatura que é sua. Legitimamente construída dentro dele. Foi decidido internamente que o Fórum apresentaria apenas um candidato. Quem quis se candidatar de forma livre e democrática, o fez. Através do voto, o Fórum elegeu uma candidata: Berenice Tourinho.

Permitam-me algumas citações da matéria, para nossa reflexão (do Fórum).

“(...) nota-se que os ideais não passaram de falácia e politicagem de grupos que querem tomar conta da universidade.”

Mas é lógico que queremos tomar conta da nossa Universidade. Inclusive para que antigos aventureiros ou quaisquer outros “lancem mão dela”.

Quanto aos nossos ideais, continuam os mesmos. Com o mesmo ímpeto da greve, continuamos no Fórum na mesma luta que nos anima e nos faz seguir em frente, sempre na perspectiva de fazer o melhor por nossa instituição. O grupo continua unido em torno desses ideais e a cada dia recebe mais adesão.

“O nome do fórum é só para fortalecer o nome da candidata, mas está longe de ser uma candidata democrática.”

Estamos fortalecendo o nome da nossa candidata, óbvio. Ela foi democraticamente eleita pelo nosso Fórum. Deveríamos estar fortalecendo outras candidaturas, nossas concorrentes?


“Esta semana, por exemplo, o Fórum realizou a apresentação de uma única candidatura. A convidada foi a candidata Berenice Tourinho.”

Sim, deveria ser quem então, o Papa? Ora, se o Fórum legitimamente definiu pela sua candidatura, a quem mais deveria ser estendido o convite se não a ela própria?


O texto faz alusão ainda à existência de outras candidaturas fortes, como a do professor Júlio Rocha, a da professora Maria Cristina - que participaram e deram suas contribuições ao Fórum - bem como a dos professores Ene Glória e Júlio Militão.

Aqui cabe uma breve ressalva aos nomes dos candidatos Júlio Rocha e Maria Cristina. Estes participaram do Fórum e tiveram, se assim o quisessem, todas as oportunidades para submeterem seus nomes ao Fórum, dentro das regras criadas internamente. A regra era que qualquer que fosse o candidato eleito, os demais abririam mão das suas candidaturas em prol de um único nome saído do Fórum. Essa era a proposta e esta deveria ter sido a decisão mais consentânea com os ideais de respeito às decisões coletivas e da democracia representativa que tanto pregamos.

Hão de dizer esses candidatos que saíram  do Fórum por não concordarem com a forma dirigida e preferencial como determinadas pessoas privilegiaram a professora Berenice Tourinho. Mas vejamos uma coisa, e não sejamos ingênuos quanto a isso. Todos sabíamos, desde o início, que as pessoas que se levantaram em torno do movimento grevista não estavam homogeneamente colocadas. Mais que isso. E vamos ser bem realistas sem nenhum subterfúgio. Todos temos nossas preferências, todos temos nossa matiz política e ideológica, nossas crenças, nossos interesses. É salutar que assim seja, principalmente na academia. Temos escolhas, elas são livres, não devem ser impostas. A candidatura da professora Berenice foi uma candidatura que saiu naturalmente da articulação de pessoas que acreditam na sua capacidade de bem conduzir a nossa Universidade, já que durante a greve ela desempenhou um papel crucial na comissão de apoio à Unir.

Isto faz a grande diferença. Não foi ela quem postulou ser candidata. Na verdade, ela até relutou contra isso. Mas foi justamente quando ela percebeu a coesão e a confiança necessária que o Fórum depositava nela, viu-se legitimamente fortalecida e em condições de pleitear a sua candidatura.

Se os outros candidatos não tiveram pessoas ou grupo que se articularam em torno de seus nomes para galvanizar interesses e preferências pelas suas candidaturas, sentimos muito. Isso se dá no horizonte da democracia. Faz parte da correlação de força que se estabelece na busca pela hegemonia dentro de um espaço plural. Ou não é assim?

Para sermos mais verdadeiros, o que está existido mesmo, é um certo ciúme da nossa candidatura, pois no fundo, lá bem no íntimo, o que todos queriam era estar nesse lugar privilegiado. Estar nesse espaço e ser legitimado por ele, é carregar todo o simbolismo de uma luta que foi e continuará sendo vitoriosa. Por acreditarmos nessa luta de REFAZER A UNIR, “VIDA LONGA AO FÓRUM.”

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

NOTA DE ESCLARECIMENTO E RETRATAÇÃO PÚBLICA

Reforçamos a informação de que as opiniões veiculadas nos comentários deste blog NÃO correspondem, necessariamente, à opinião do FÓRUM PERMANENTE EM DEFESA DA UNIR, bem como dos colaboradores deste espaço de idéias. Assim viemos a público nos retratar a respeito de comentário escrito por “anônimo” que se referia à pessoa de “Marília”. As palavras escritas neste comentário NÃO refletem, em hipótese alguma, a opinião dos autores deste canal de comunicação. Informamos também que o citado comentário já foi excluído do blog e que todo e qualquer comentário passará, de agora em diante, por moderação, a fim de evitar possíveis transtornos.
Atenciosamente,
Administradores.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"A experiência é um carro com os faróis voltados para trás"

Por professor Edilson Lôbo

A citação acima é de um dos maiores escritores brasileiros, Pedro Nava, morto em meados dos anos oitenta, ao afirmar que a sua experiência não lhe servia para nada.

Muito embora minha opinião não convirja com o pensamento de Nava, tão pouco devamos aludi-la, (a experiência) como fator de exclusão, àquelas pessoas que almejam na sua caminhada cotidiana, progredir ou ascender em qualquer setor da sua vida profissional.

Esse meu comentário vem a propósito, considerando algumas vozes que querem fazer coro na UNIR. De que estamos falando? De uma candidatura que hoje reune as melhores condições para reivindicar a reitoria da Universidade Federal de Rondônia: a da professora Berenice Tourinho.

Evocar a falta de experiência administrativa como condição primeira para não habilitá-la a assumir este posto é de uma fragilidade. Rememoremos todos os nossos ex-Reitores, analisemos as suas trajetórias no percurso de suas campanhas, e constataremos que a nenhum deles (pelo menos ao que me consta), foi cobrada a experiência administrativa necessária como condição para dirigir a nossa Instituição.

Para além da tão propalada falta de experiência em administração da candidata Berenice Tourinho, sobra-lhe legitimidade, coerência, capacidade, respeito às decisões coletivas e conhecimento profundo da atual situação da nossa Universidade, em todas as suas dimensões. Está na Comissão que integra membros do MEC e dos demais segmentos da UNIR, uma espécie de "gabinete de Crise" para, a partir de um diagnóstico da grave situação em que se encontra a Universidade, "construir pontes", no dizer da própria professora Berenice, na perspectiva de ver sanada tal situação. Posição mais privilegiada não existiria para um olhar crítico dos nossos reais problemas. A experiência nessa perspectiva passa a ser um mero detalhe. Como se não bastasse, gravita em torno da sua candidatura o apoio incondicional do Fórum Permanente em defesa da UNIR, que congrega pessoas dos três segmentos da comunidade acadêmica. É uma pessoa que inspira total confiança nesse coletivo e, basedos nessa mútua confiança, todos juntos haveremos de REFAZER A UNIR.

Filme sobre o Fórum

sábado, 4 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Errata: Evento do Fórum

Convidamos toda a comunidade acadêmica a comparecer no auditório Paulo Freire na segunda-feira (06 de fevereiro) às 18h.

Na ocasião, o Fórum vai rememorar sua história (desde a greve, passando por reuniões no Paulo Freire e na Unir-Centro e envolvendo a comunidade acadêmica), apresentar suas propostas e apresentar a candidata do Fórum, Berenice Tourinho, aos que ainda não a conhecem. Discentes, docentes e técnicos estão convidados.

Declarações de apoio