Sou professor de História, mas aprendi as operações fundamentais da matemática, e numa delas, a divisão, consta que qualquer coisa dividida por 1 terá como resultado sempre essa mesma coisa. Levando em conta as últimas discussões no Fórum e em redes sociais, temo que estejamos todos esquecendo esta lição básica da Matemática e do bom senso.
Que não há consenso entre os participantes do Fórum, até compreendo e é salutar. Agora, que nos falte bom senso, não consigo entender. Se tivermos um resultado dividido, ou seja, se este mesmo grupo que se uniu durante a greve em prol de uma Universidade justa, digna, pública, transparente, se dividir, corremos o risco de não alcançar tais objetivos.
Explico: dividindo nossos votos entre inúmeros candidatos, corremos o risco de que algum candidato comprometido com outros interesses que não os defendidos durante a greve e continuados pelo Fórum some mais votos. E novamente perderemos a chance de ter uma gestão digna e representativa de nossos desejos acadêmicos.
Por isso apelo ao nosso bom senso. E aí, quem nos dá a lição é a História. John Adams Junior (1735-1826), segundo presidente dos Estados Unidos da América, declarou certa ocasião que a noção de que governos livres podiam criar raízes entre os sul-americanos era tão absurda quanto tentar instaurar democracias entre as aves, as feras e os peixes. Ele se referia principalmente às regiões da América Espanhola e à quase total ausência de ações políticas racionais e coletivas.
Muitos historiadores da América Latina, D. A. G. WADDEL, T. H. DONGHI, J. LYNCH, T. ANNA, são unânimes em afirmar que um dos maiores problemas políticos (e sociais) dessa região do globo é o personalismo, ou melhor, o caudilhismo. A ausência de consenso e de (bom senso) somados à própria manutenção de um processo eleitoral apolítico e antidemocrático (no sentido literal da palavra), proporcionam que um ou outro personagem (o caudilho) assuma como sua responsabilidade a salvação da pátria. Ele, e somente ele, seria o único capaz de salvar a nação.
Lembro a todos que uma nação, uma sociedade, e uma universidade NÃO são constituídas e construídas por vontades ou interesses pessoais - ao menos não deveriam ser. Foi contra isso que lutamos na greve e é contra isso que estamos reunidos no Fórum.
Senhores e senhoras, consenso nem sempre é possível, mas bom senso é fundamental e necessário sempre, afinal não somos aves, feras ou peixes: sabemos dividir, somar, multiplicar e diminuir.
Marcelo Sabino – Professor de História – UNIR.
9 comentários:
Muito bem, Marcelo. Penso que o debate deve ser com essa postura.
Marcelo,
Parabéns pela nota. Creio que chegou momento de pensarmos na educação superior de qualidade de nossa Universidade. A educação com qualidade se faz com as ferramentas funcionando ou seja, com as estratégias de pesquisa e extensão ajustadas para as necessidades local e suas assimetrias.
Bem colocado em seu artigo onde o momento é de bom senso. O mesmo bom senso que todas as universidades brasileiras devem ter pós adesão Reuni sem planejamento estratégico. Na Unir, ainda mais depois do caos apresentado na ultima reunião do fórum, pelos pró-reitores. Se houver divisão de votos certamente se dará chance para que se retorne administradores que permitem o privilégio pessoal e não institucional. Gostaria de receber propostas dos candidatos para a nova gestão para que não se potencialize as assimetrias da educação e pesquisa que possuímos no norte de nosso país. Temos chance de mudar esta quadro ou de melhorar os índices para pior. Esta em nossas mãos. Para referencia leia:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=80784
Engraçado isso.
Porque faltou bom senso do prof. Marcelo quando a UNIR estava em Luto pelo falecimento do professor Andre e ele obrigou seus alunos a irem para o campus porque queria aplicar prova.
Contraditório não!?
Excelente, Marcelo. É preciso vencer as vaidades pessoais e avançar na construção coletiva dessa universidade. Espero que os pré-candidatos tenham essa compreensão e respeitem a vontade da maioria. Devemos ter uma unica candidatura, a mais votada no fórum. Os demais pré-candidatos devem declinar de suas candidaturas. As candidaturas definidas e lançadas fora do coletivo da greve devem ser ignoradas por todos nós que tantos lutamos pela construção de uma nova UNIR. Há pré-candidatos manipulados pelo grupo do PMDB/PT (que vai custar para largar o osso) e por isso não se submete ao coletivo, ou é puro PERSONALISMO , sede de poder, CAUDILHISMO. Tem muita gente me decepcionando...outros eu já sabia que teriam um comportamento assim.
Durante a greve um professor da UNIR me disse: "Eu me preocupo mesmo é com o com o pós-januário" De fato, ele já previa que muitos dos que estavam na greve, não estavam por defender a UNIR, mas tentando conquistar espaço para seus interesses pessoais. Meu voto é da Berenice!
RESPOSTA AO ANONIMO LEVIANO QUE ALEGOU QUE OBRIGUEI REALIZAÇÃO DE PROVA EM DIA DE LUTO.
Penso e acredito no diálogo, na informação correta e no bom senso como fundamentais para a vida. Práticas talvez estranhas a você. Mas por ser aquilo que acredito e tento praticar é que lhe informo, e aos demais que leem e acompanham este forum que: A decisão de fazer a prova FOI VOTADA ENTRE OS ALUNOS não os obriguei. Dado a brevidade do tempo, da prova já ter sido previamente negociada, votada e agendada, de ter visto apenas duas estudantes no velório e, ainda não conseguir avisar todos os demais, achei por bem manter o combinado, para não prejudicar alguns estudantes que por ventura não soubessem do ocorrido, e levei para decidirmos sobre a realização da prova ou não. Fui até o campus, aguardei-os, e na presença da maioria (faltaram 3)decidimos juntos FAZER A PROVA. Num método bastente simples: estudantes se manifestaram contra, outros a favor e foi VOTADO por fazer a PROVA, simples assim. Talvez cause-lhe espanto esta forma de lidar com as decisões, talvez você não esteja acostumado/a a ter voz, voto, a falar, ou sejas incapaz de negociar qualquer decisão. E por isso a postagem equivocada, infeliz e leviana, digna de alguém que, em não tendo nada a acrescentar, inventa inverdades. Por favor, informe-se melhor. Por favor não escreva sobre o que não sabe. Por favor critique o texto, se não concordar e escreva por que. Por favor não faça fofoca: leia, não levante calunias e mentiras: pesquise. Não perca seu tempo com algo futil como a mentira e a falsa informação. Por favor identifique-se, seja responsável e maduro a ponto de assumir o que escreve, por favor cresça.
E não se esqueça, vá ao forum, aprenda Democracia, aprenda sobre a vida, mesmo que anonimamente.
Agradeço aos demais comentários. Penso sim que devemos nos pautar pelo o que somos: Uma Universidade e como tal agirmos. Divulgando o conhecimento, trocando idéias, de forma metodológica, coerente, com teorias, pesquisas, divergindo, discordando, sem ataques pessoais. Ataques pessoais, mesmo que baseados em fatos verdadeiros, não levam a nada. Não faz uma Universidade, não produz conhecimento. Atacar a pessoa, e não as ideias que ela defende, demontra falta de fundamentação teórica, de leitura, de pesquisa, de BOM SENSO, e não os restando mais nada, disparam contra a pessoa, mesmo que munidos de inverdades e mentiras. Esses coitados, são dignos de indiferença e de pena. Não os considero. Não os ouço, não os vejo. Att. Marcelo Sabino.
Partindo o "queijo" fica bem mais fácil do "rato" comer ...
Resposta ao, dessa vez, nem tão anônimo assim, que escreveu que todos agora querem ser bonzinhos para ganhar cargos.
Mais uma vez... e espero , conseguir ajudar a entender o que é bom senso e o espírito democrático. Embora não seja ingênuo a ponto de perceber que o que o ultimo anônimo menos quer é entender, e sim continuar a velha prática da gestão pré-greve de atacar pessoas chamando estudantes de bandidos ou comprando professores com cargos, por exemplo...e tem gente que acredita que a luta já terminou. Mas enfim sou professor e tentar fazer entender é meu trabalho. Não se trata de ser bonzinho para ganhar cargos trata-se de bom senso e espírito democrático. Não discuto as decisões com meus alunos para ser “bonzinho”, não sou bonzinho não preciso ser, não sou EU quem interessa, são eles, espírito de coletividade e mínima idéia de democracia. Democracia não é uma mera questão de maioria, mas de qual postura individual irá prejudicar esse grupo (no caso a mesma turma que o anônimo alegou que obriguei a fazer a prova), ou não. Se ainda não foi capaz de entender, vou usar, do que parece, ser a SUA forma pensar: se acaso desejasse cargos deveria estar babando, carregando a mala ou anotando recados para um REItor qualquer, afinal, é ele quem escolhe os cargos, não os alunos, infelizmente. Não tenho um cargo, não ocupo cargo, não ocupei cargo, não quero cargo, eu já o tenho: SOU PROFESSOR, foi para DAR AULAS que concorri a um certame público. Este é o meu lugar na Universidade Federal de Rondônia, e que não me foi dado por eu ser bonzinho. Se caso for chamado a colaborar na administração, sem prejuízo das aulas, e eu avaliar que possa ser útil para a Universidade, o farei sim. Por diversas razões, mas talvez a principal delas é evitar que pessoas incapazes de pensar coletivamente o façam e impeçam ou dificultem a função máxima da UNIR, que é fomentar o conhecimento com ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO. Talvez lhe seja difícil entender uma postura assim, posto que, ao julgar pela sua conclusão trancrita no inicio desta resposta, parece que você enxerga pessoas como massa de manobra e ações em troca de cargos ou favores pessoais, mas faça um esforço, talvez consiga entender o que tentei explicar. E por fim, de fato você nem precisa se identificar. É bem fácil saber quem é e em nome de qual grupo você escreve.
Prof. Marcelo... vc tem uma boa colocação no sentido da discussão em fazer POLITICA. Acha que muitos tem que se politizar e participar das coisas que acontecem ao redor. Pois segundo você, tudo que fazemos é politica....
Viva Luta!!!
Cicero Batista
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