quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De democratas e fascistas

                               
Por professor Edilson Lôbo 

O professor Erasmo chamou minha atenção para uma matéria veiculada no site rondoniadinamica.com, cujo título estampado é: FÓRUM FASCISTA QUER IMPOR “CANDIDATURA ÚNICA” NA ELEIÇÃO PARA REITOR DA UNIR.

Vamos fazer um pouco de exercício, numa linha bem didático-pedagógica, no sentido de esclarecer alguns pontos que jugamos importantes para melhor informarmos nossa comunidade, tanto acadêmica quanto a sociedade rondoniense.

Fascista é uma pessoa adepta do fascismo, regime autoritário de extrema direita que teve em Benedito Mussolini o seu principal inspirador a partir dos anos 1919 do século passado na Itália. Essa tentativa de imputar ao Fórum uma postura fascista é um despautério. Primeiro porque comete um erro de gênese na sua formulação. Em segundo lugar, se olharmos o perfil dos componentes do Fórum, é fácil perceber que não temos nenhuma vocação para uma postura de extrema direita. Por fim, o Fórum não está impondo nem vai impor nenhuma candidatura à eleição para reitor. O Fórum está trabalhando numa candidatura que é sua. Legitimamente construída dentro dele. Foi decidido internamente que o Fórum apresentaria apenas um candidato. Quem quis se candidatar de forma livre e democrática, o fez. Através do voto, o Fórum elegeu uma candidata: Berenice Tourinho.

Permitam-me algumas citações da matéria, para nossa reflexão (do Fórum).

“(...) nota-se que os ideais não passaram de falácia e politicagem de grupos que querem tomar conta da universidade.”

Mas é lógico que queremos tomar conta da nossa Universidade. Inclusive para que antigos aventureiros ou quaisquer outros “lancem mão dela”.

Quanto aos nossos ideais, continuam os mesmos. Com o mesmo ímpeto da greve, continuamos no Fórum na mesma luta que nos anima e nos faz seguir em frente, sempre na perspectiva de fazer o melhor por nossa instituição. O grupo continua unido em torno desses ideais e a cada dia recebe mais adesão.

“O nome do fórum é só para fortalecer o nome da candidata, mas está longe de ser uma candidata democrática.”

Estamos fortalecendo o nome da nossa candidata, óbvio. Ela foi democraticamente eleita pelo nosso Fórum. Deveríamos estar fortalecendo outras candidaturas, nossas concorrentes?


“Esta semana, por exemplo, o Fórum realizou a apresentação de uma única candidatura. A convidada foi a candidata Berenice Tourinho.”

Sim, deveria ser quem então, o Papa? Ora, se o Fórum legitimamente definiu pela sua candidatura, a quem mais deveria ser estendido o convite se não a ela própria?


O texto faz alusão ainda à existência de outras candidaturas fortes, como a do professor Júlio Rocha, a da professora Maria Cristina - que participaram e deram suas contribuições ao Fórum - bem como a dos professores Ene Glória e Júlio Militão.

Aqui cabe uma breve ressalva aos nomes dos candidatos Júlio Rocha e Maria Cristina. Estes participaram do Fórum e tiveram, se assim o quisessem, todas as oportunidades para submeterem seus nomes ao Fórum, dentro das regras criadas internamente. A regra era que qualquer que fosse o candidato eleito, os demais abririam mão das suas candidaturas em prol de um único nome saído do Fórum. Essa era a proposta e esta deveria ter sido a decisão mais consentânea com os ideais de respeito às decisões coletivas e da democracia representativa que tanto pregamos.

Hão de dizer esses candidatos que saíram  do Fórum por não concordarem com a forma dirigida e preferencial como determinadas pessoas privilegiaram a professora Berenice Tourinho. Mas vejamos uma coisa, e não sejamos ingênuos quanto a isso. Todos sabíamos, desde o início, que as pessoas que se levantaram em torno do movimento grevista não estavam homogeneamente colocadas. Mais que isso. E vamos ser bem realistas sem nenhum subterfúgio. Todos temos nossas preferências, todos temos nossa matiz política e ideológica, nossas crenças, nossos interesses. É salutar que assim seja, principalmente na academia. Temos escolhas, elas são livres, não devem ser impostas. A candidatura da professora Berenice foi uma candidatura que saiu naturalmente da articulação de pessoas que acreditam na sua capacidade de bem conduzir a nossa Universidade, já que durante a greve ela desempenhou um papel crucial na comissão de apoio à Unir.

Isto faz a grande diferença. Não foi ela quem postulou ser candidata. Na verdade, ela até relutou contra isso. Mas foi justamente quando ela percebeu a coesão e a confiança necessária que o Fórum depositava nela, viu-se legitimamente fortalecida e em condições de pleitear a sua candidatura.

Se os outros candidatos não tiveram pessoas ou grupo que se articularam em torno de seus nomes para galvanizar interesses e preferências pelas suas candidaturas, sentimos muito. Isso se dá no horizonte da democracia. Faz parte da correlação de força que se estabelece na busca pela hegemonia dentro de um espaço plural. Ou não é assim?

Para sermos mais verdadeiros, o que está existido mesmo, é um certo ciúme da nossa candidatura, pois no fundo, lá bem no íntimo, o que todos queriam era estar nesse lugar privilegiado. Estar nesse espaço e ser legitimado por ele, é carregar todo o simbolismo de uma luta que foi e continuará sendo vitoriosa. Por acreditarmos nessa luta de REFAZER A UNIR, “VIDA LONGA AO FÓRUM.”

5 comentários:

Anônimo disse...

Parece que a História, infelizmente, esta ciência humana necessária as pessoas de bem, parece estar sendo usada por alguns poucos ignorantes e com interesses eleitoreiros. Faz dela "tábula rasa", omitindo informação e trazendo conceitos errados, como o triste episódio da facismo. Oras, não pesquisou ou omite o autor da infeliz matéria acima, que o processo que colimou com a implantação do Fórum Permanente em Defesa da UNIR (forumdaunir.blogspot.com) teve apoio inclusive dos candidatos acima citados. O fórum, unico espaço democrático de discussões da Universidade, onde estudantes, técnicos e professores opinam e votam com igual importancia, decidiu, por votação, apoiar um nome para a Reitoria. Os candidatos interessados em opter o apoio desse espaço de idéias e discussões legítimo e democrático, votou e aprovou que aos que submetessem seu nome ao fórum, não deveriam, após, concorrer a candidatura "por fora", na intenção de unir forças em prol de um nome, impedindo segmentação e enfraquecimento, e tentar evitar que as forças exteriores à Universidade e nomes ligados ao ex-reitor ressurgissem. Ocorre que apenas dois nomes aceitaram essas condições. Sendo que em votação resultou o nome da professora Berenice Tourinho, a outra pré-candidata, Professora Elizabeth Martines, não se candidatou e resolveu apoiar a candidada referendada pelo Fórum. Ocorre que os doisi candidatos nominados na matéria, resolverem por conta própria, com base em seus anseios e vontades pessoas concorrer à Reitoria. Facismo meu caro ou cara, é fazer valer sua própria vontade em detrimento de um coletivo, facismo é deturpar fatos e a própria História para defender seus próprios interesses e vaidades pessoais. Facismo é eliminar aqueles que pensam e agem diferente. Facismo é desprestigiar espaços democráticos e de resistencia. Informo que sou integrante do Fórum Permanente em Defesa da UNIR, e independente de quem seja o proximo Reitor, terá o fórum com um órgão fiscalizador e de cobrança, e isso, senhores e senhoras, é o pesadelo de todo facista de plantão.
Marcelo Sabino
Professor de História UNIR

Anônimo disse...

Muito bem lobo! Concordo plenamente contigo.

Lurdinha disse...

Já viram esse absurdo? Vejam o autor do texto. Voces conhecem? http://www.rondonoticias.com.br/?noticia,105408,grevistas-da-unir-negociam-cargos-no-governo-confcio

Grevistas da UNIR negociam cargos no governo Confúcio
Noticias - 09/02/12 - 14h11 Enviar por e-mail | Imprimir | Comentar |
Dois discursos: um pra empolgar a galera nas escadarias da Unir, propondo transparência e censurando professores que sejam filiados ao PMDB, e outro para obter cargos em negociações por baixo dos panos com o governo no mesmo PMDB. Assim procede um grupo expressivo de docentes da Universidade Federal de Rondônia, liderado pela professora Maria do Carmo, uma das vozes mais exaltadas no antigo Comando de Greve, posteriormente convertido em “Fórum Permanente” e em seguida reduzido a comitê eleitoral, apoiando uma única candidatura à reitoria, com base no centralismo marxista e em detrimento da real democracia.
Maria do Carmo e mais um grupo de professores, muitos deles filiados ao P-SOL, negociam com o PMDB a indicação para cargos na Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), onde os salários giram em torno de R$ 16 mil. E o que é melhor: como são pagos a título de “bolsa”, podem ser acumulados com os salários da Unir, mesmo por professores contratados com “dedicação exclusiva”.
O objetivo é simples: polarizar as eleições da Unir entre duas candidatas. A atual reitora, que ainda luta para mostrar realmente a que veio e desvanecer o arquétipo de vice, ainda mais vice de Januário, e a candidata do grupo Fapero, Berenice Tourinho, cunhada do interventor nomeado pela ditadura militar, Euro Tourinho, por cujas mãos ingressou no quadro de professores da Unir.
Dessa forma, entrariam seguramente na lista tríplice as duas mais votadas e o candidato apoiado pelo ex-reitor Januário Amaral, o professor Ene Glória, em cujo mandato Januário comandou a Fundação Riomar, numa gestão não menos desastrosa do que a que teve como reitor. Mas contou com a complacência de Ene Glória, que inclusive o apoiou para ser seu sucessor.
Bem articulado, o grupo de Januário assegura com Ene uma terceira posição na corrida para a reitoria, deixando de fora da lista tríplice o plano B dos negociadores de cargos, Júlio Militão, que também apresenta um currículo controvertido, com um emaranhado de projetos em execução que dependem dos cofres do Estado, cujas chaves estão na mão do PMDB.
Autor: (Fórum pela Verdade e Democracia na Unir

Anônimo disse...

vc não faz ideia de quem seja o autor? basta ler os comentários no site do tal jornal eletrônico.

Anônimo disse...

É mais uma criação de gente que não tem capacidade de apresentar boas idéias na sua campanha...Gente que fica repetindo o que o outro disse...Ficou bem claro isso no debate de quinta-feira. Gente que em vez de fazer campanha ataca os outros é gente que não merece nos representar, não merece ocupara o cargo de Reitor... Senão, será mais um REItor